No fundo do quintal da casa em que Mell vivia, havia um riacho de  águas cristalinas e uma enorme rocha no meio; era pra onde ela  sempre  ia quando se sentia triste e só. Foi para lá que levou Kevin, subiram  naquela rocha e ficaram lá sentados olhando para o horizonte. Mell  arriscou a arrancar lhe algumas coisas: — e então, de onde veio? 
—Não de muito longe. -  respondeu ele. 
— Me fale mais sobre você, de sua família? - Mell estava empolgada. 
—  Bem... Eu já tive família, éramos quatro, meu pai, minha mãe, meu irmão  e eu. Meu pai era inglês, deixou Londres assim que completou seus 18  anos. Ele era fascinado pelo Brasil, e ainda mais por minha mãe que era  brasileira. Ela foi o grande motivo pelo qual ele deixou a Europa. Nós  vivíamos uma vida normal, eu era normal. Morávamos numa casa grande,  tínhamos boas condições financeiras, tínhamos conforto. Tudo do bom e do  melhor até que um dia no final das nossas férias... (Kevin fez uma  pausa). 
— Vamos Kevin continue - disse Mell ansiosa para ouvir a  historia. Naquele dia (continuou) uma senhora apareceu em nossa porta  ela estava trêmula, pois fazia muito frio ela nos pediu agasalho e um  pouco de comida. Minha mãe muito bondosa a convidou para entrar,  oferecemos abrigo a ela naquela tarde. À noite quando todos dormiam, ela  começou a rondar pelos cômodos da casa. Ela foi parar no quarto dos  meus pais que ainda dormiam. Meu irmão e eu acordamos com os gritos de  minha mãe, corri até o quarto e encontrei minha mãe desesperada com meu  pai nos braços e a velha parada com a boca ensangüentada. Ela havia  mordido meu pai como um cachorro que morde um pedaço de carne fresca.  Minha mãe gritou pra gente fugir. Desesperados e confusos descemos  correndo as escadas, mas meu irmão acabou tropeçando e quebrou a perna.  Naquela altura ela já tinha acabado com minha mãe também. Coloquei meu  irmão nas costas, mas ele era muito pesado não fomos muito longe do que  até a próxima esquina. As ruas estavam desertas, nossos vizinhos ainda  não 
haviam retornado das férias. Havia perto de casa um canil da  policia, conseguimos pular a tela com muito esforço. Os cães eram  ferozes, mas com aquela criatura pavorosa nos perseguindo nem nos  importamos com isso. Mas nem mesmo lá estaríamos seguros a velha era uma  vampira, tinha uma força incomparável e rasgou a tela de aço como se  fosse um tecido.  
Os cães latiam bastante, abrimos as gaiolas  que os prendiam e eles saltaram pra cima dela. Enquanto isso ganhamos  tempo pra escapar. Mas não fizemos a coisa certa os cães que não  avançaram na criatura estavam nos perseguindo. Consegui Chegar de volta  até a porta de casa, mas... O Alec, o Alec o meu irmão mais velho foi  pego por um dos cães. Os outros cães foram mordidos e logo se  transformaram em animais bizarros seus caninos eram maiores que os de um  cão normal. Eram cães vampiros. Não pude fazer nada... Meu irmão foi  estraçalhado cruelmente pelas criaturas, eu me vi salvo por pouco tempo.  A mulher derrubou a porta da minha casa tentei recuar, mas ela era  muito rápida me puxou pela perna e mordeu minha panturrilha. Eu gritei  de dor ao sentir os dentes perfurando a minha pele. Provavelmente eu não  teria sobrevivido se naquela noite não tivesse chegado um homem a tempo  de me salvar ele tinha consigo um remo de madeira, ele a acertou em  cheio o remo até quebrou, mas ela continuou de pé enquanto isso me  arrastei até conseguir sair pela porta dos fundos... Um garoto que  aparentava ser um pouco mais velho que eu estava escondido em uma  pick-up e me puxou La pra dentro. Eu estava perdendo o sentido, pois a  dor era imensa, mas me lembro que ele pegou um canivete e abriu a minha  ferida para que o veneno não se espalhasse doía muito. O garoto pediu  que confiasse nele então desceu sozinho e foi em direção da minha casa  ele disse que aquele homem era o pai dele e que estava indo ajudá-lo.  Pouco depois que ele entrou  a minha casa foi pelos ares. Uma explosão a  detonou completamente.
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